logo_viva_agreste

Sítios Arqueológicos no Agreste? Lugares unem história e turismo em pernambuco

Os sítios arqueológicos são locais onde se encontram vestígios de antigas ocupações de indivíduos e que podem ser usados para estudos sobre os grupos étnicos que povoaram a região. Normalmente, nesses lugares, é possível obter ampla quantidade de informações sobre os costumes, práticas e estruturas de sociedades passadas.

Sua importância se dá, principalmente, por contar um pouco da nossa história e sinalizar de onde viemos e para onde iremos a partir de registros fósseis, pinturas rupestres, entre outros.

Esses fragmentos podem estar na superfície do solo ou enterrados, daí a necessidade do trabalho de um profissional especializado, o arqueólogo. O profissional dessa área consegue separar os sítios em três tipos principais: pré-histórico, pré-colonial e histórico, de acordo com a datação dos resíduos encontrados.

Segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), atualmente existem 27.582 sítios arqueológicos registrados no Brasil, desse total 737 estão no Estado de Pernambuco.

5 Sítios arqueológicos no Agreste de Pernambuco

O Agreste pernambucano abriga dezenas de sítios arqueológicos, sendo o Parque Nacional do Catimbau o que abriga o mais importante conjunto de pinturas rupestres do Estado.

Brejo da Madre de Deus é a cidade no Agreste com maior número de sítios arqueológicos
Muitos dos sítios arqueológicos do Agreste possuem cemitério indígena

Já, ainda de acordo com o Iphan, no município de Brejo da Madre de Deus, há sítios onde foram encontrados sepultamentos humanos com contextos de preservação excepcional, de um potencial informativo que está entre os mais significativos para a pré-história brasileira.

Brejo é também o município do Agreste de Pernambuco que abriga a maior quantidade de sítios arqueológicos por área, somando 82 registrados.

Parque Nacional do Catimbau

Parque Nacional do Catimbau, um dos maiores sítios arqueológicos do país (Foto: Reprodução / Wikimedia Commons)

O Parque Nacional do Catimbau, antes conhecido como Vale do Catimbau, está localizado entre os municípios de Buíque, Ibimirim e Tupanatinga, na divisa entre as regiões Agreste e Sertão, e é considerado o segundo maior parque arqueológico do Brasil, com 62 mil hectares, ficando atrás em extensão somente do Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí.

A região possui quase uma centena de sítios arqueológicos, grutas, cemitérios com resquícios de ocupação humana da nossa pré-história e pinturas rupestres de épocas e estilos diferentes que datam mais 6.000 anos.

O parque também é conhecido por abrigar uma das últimas reservas do bioma caatinga, com espécies endêmicas da flora e da fauna. A região é povoada por raposas, tatu-pebas, mocós, lagartos de diversas espécies, além de uma variedade de aves, entre elas: gaviões, rolinhas e galos-de-campina.

Sítio de Alcobaça

Gravuras do sítio Alcobaça são ricas em detalhes e diversidade de desenhos (Foto: Reprodução / oqqbuiquetem/Paulo César Barmonte)

O sítio de Alcobaça está localizado em Buíque, a 281 km da capital do Estado, e faz parte do Parque Nacional do Catimbau. O sítio fica na porção mais baixa do vale, num abrigo rochoso de arenito que reúne grande quantidade de pinturas rupestres em um painel de 50 metros de largura por 10 metros de altura e que possuem cerca de 1.785 anos de existência.

Os desenhos apresentam alto nível de abstração, o que dificulta a compreensão, mas algumas simbologias são possíveis identificar pois possuem traços humanos, de animais ou de plantas. Como o abrigo é bem protegido da chuva e do sol, as pinturas se encontram, até os dias de hoje, bem conservadas.

O sítio Alcobaça é, por isso, considerado um dos mais importantes do país no quesito pinturas rupestres tanto pela conservação quanto pela riqueza e quantidade de informações; em algumas delas dá pra perceber os traços feitos com os dedos do indivíduo que fez a pintura.

Pedra do Tubarão

No sítio da Pedra do Tubarão existe um cemitério indígena (Foto: Reprodução / claudioandreopoeta)

A 246 km da capital, em Venturosa, está o Sítio Pedra do Tubarão, formado por um bloco de granito, dividido em duas partes. Na área é encontrado o Cemitério do Caboclo, um cemitério indígena com diversas covas e também pinturas rupestres que lembram figuras geométricas.

Além do material ósseo, foram encontrados restos de cerâmica, de fogueira e de pedra polida. Acredita-se que a região foi habitada por grupos de caçadores-coletores e que as gravuras descobertas foram elaboradas nos locais onde eles acampavam temporariamente.

Sítio Peri-Peri

A Pedra do Troféu fica no Sítio Peri Peri e apresenta pinturas rupestres (Foto: Reprodução / claudioandreopoeta)

O sítio Peri-Peri, também situado em Venturosa é formado por dois grandes blocos de granito separados por uma distância de 30 metros e cobertos de pinturas rupestres. No lugar ainda foram encontrados um cemitério indígena e inúmeros achados arqueológicos.

O sítio é constituído por dois pequenos abrigos: Boqueirão e Morro dos Ossos. No primeiro forma-se um pequeno açude natural que acumula água da chuva e que se conserva cheio mesmo em épocas de seca. Já o segundo abrigo, de tamanho menor que o primeiro, foi utilizado como cemitério por grupos indígenas.

A primeira ocupação que ocorreu na região foi por caçadores que preparavam seus artefatos com pedras. Da segunda ocupação, já foram encontrados restos de cerâmica e ossos.

Furna do Estrago

As práticas funerárias dos povos antigos podem ser estudadas no Sítio de Furna do Estrago (Foto: Reprodução / gbrazileiro)

Em Brejo da Madre de Deus, a 202 km da capital pernambucana, está situado o sítio arqueológico Furna do Estrago, um dos mais importantes do país.

A Furna do Estrago tem 125m² de área coberta. O local foi habitado por grupos de caçadores- coletores há 11 mil anos desde o início do holoceno. E, há aproximadamente dois mil anos, este abrigo foi transformado em cemitério pelos índigenas da região.

O local é um dos mais ricos em informações sobre as práticas funerárias dos povos antigos. Lá, mais de 80 esqueletos, entre adultos e crianças, foram identificados. Também fogueiras, adornos e artefatos utilizados nas cerimônias, bem como algumas pinturas.

Como preservar os sítios arqueológicos?

Os sítios arqueológicos são patrimônios culturais e são protegidos por lei, desse modo, viola a lei quem o destrói ou depreda. No entanto, a realidade mostra que esses espaços dificilmente são tratados e conservados da maneira correta, acarretando em perdas de informação ou, até mesmo, sua eliminação.

Como forma de evitar que isso aconteça, o Iphan recomenda que tanto os materiais que sejam encontrados como o lugar onde foram encontrados devem ser comunicados aos órgãos competentes para sua adequada conservação. Esse aviso serve para que a área em questão seja delimitada e protegida da especulação imobiliária.

Imagens de sítios arqueológicos

Vista de cima do Vale do Catimbau (Foto: Reprodução / Wikimedia Commons)
Pinturas rupestres no Vale do Catimbau (Foto: Reprodução / Wikimedia Commons)
Abrigo do sítio Alcobaça (Foto: Reprodução / oqqbuiquetem/Paulo César Barmonte)
Pinturas rupestres do sítio Alcobaça (Foto: Reprodução / oqqbuiquetem/Paulo César Barmonte)
Um dos abrigos do Sítio Peri Peri, o Morro dos Ossos (Foto: Reprodução / claudioandreopoeta)
Sítio de Furna do Estrago (Foto: Reprodução / gbrazileiro)
Sítio de Furna do Estrago (Foto: Reprodução / gbrazileiro)
Sítio de Furna do Estrago (Foto: Reprodução / flickr/Sérgio Falcetti)
últimos artigos

Leia também...

No more posts to show