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Fotógrafo documental: 4 profissionais que registram o dia a dia das cidades do Agreste

A fotografia documental é um ramo da fotografia que aborda narrativas, acontecimentos e cenários de forma mais artística e autoral. O profissional que opta por essa esfera visual carrega a possibilidade de ir além do simples registro, ele faz com que o “click” se torne uma tentativa de reflexão do momento destacado.

Desse modo, o fotógrafo documental busca atender a algumas características: mostrar a verdade na sua forma mais espontânea, sobretudo das situações rotineiras e banais; chamar a atenção para problemas sociais e, por trabalhar com imagens interpretativas, não costuma utilizar legendas.

A fotografia documental busca retratar as coisas corriqueiras do dia a dia (Foto: Cortesia/Arnaldo Félix)

Essa postura poética das imagens permite uma exploração mais cuidadosa dos eventos, atenção ao enquadramento e planos e mais liberdade criativa, diferentemente do fotojornalismo, que busca capturar o instante da maneira mais íntegra possível e possui urgência na sua transmissão e, por isso, a estética do retrato, ainda que exista, nem sempre é o primordial.

4 fotógrafos documentais que registram o Agreste de Pernambuco

Um dos maiores nomes, senão o maior do nosso país, na fotografia documental é Sebastião Salgado. Com seus registros em preto e branco, ele consegue transmitir uma história sem usar nenhuma palavra. No Agreste pernambucano existem profissionais que se especializaram nesse ramo da fotografia e que vêm desenvolvendo o ofício com um olhar “fora da caixa”.

Arnaldo Félix

Arnaldo Félix é jornalista e se especializou na fotografia documental (Foto: Cortesia)

Arnaldo Félix tem 31 anos mas há quase dez se dedica à fotografia. Nascido e criado em Caruaru, capital do Agreste pernambucano, o jornalista conta que sua paixão por fotografar começou de forma despretensiosa. “Desde de criança me interessava por registrar os momentos e festas da família, usava uma câmera básica de filme da Kodak que meu pai tinha. Mas foi na faculdade, em 2013, que fui ‘fisgado’ pela fotografia definitivamente”, relata Arnaldo.

A identificação com a fotografia documental surgiu devido ao apreço por representar a sociedade e suas manifestações culturais e de vivência. “Gosto de capturar o que está no nosso cotidiano, nas ruas, em qualquer lugar e que, por muitas vezes, não observamos por estarmos apressados, imersos em nossas obrigações”.

Arnaldo encara a fotografia como uma manifestação social de valor incalculável. “Eu não consigo avaliar o tamanho da importância da fotografia para a sociedade em poucas palavras, pois, com certeza, é uma das maiores invenções  e que vai continuar a se transformar e evoluir até o último dia de existência desse pequeno planeta”, conclui.

Se quiser conhecer um pouco mais sobre o trabalho de Arnaldo Félix, clique aqui. 

Juliana Barros

A caruaruense, Juliana Barros, busca capturar pelas suas lentes a beleza das ações triviais (Foto: Cortesia)

Também residente da capital do Agreste, Juliana Barros fotografa profissionalmente há seis anos. “Iniciei na fotografia como uma forma de desopilar a cabeça, mas acabei ficando fascinada pela atividade e comecei a investir em cursos e equipamentos”, explica Juliana.

Ela gosta de registrar a vida nas ruas, os olhares, as cenas acontecendo, tudo o que passa despercebido no dia a dia, por ser encarado como corriqueiro. “Eu tento mostrar, com as minhas fotos, que por mais simples que os momentos sejam, eles passam rápido e a gente precisa aproveitar”.

Aos 28 anos, formada em Design, Juliana compreende a fotografia como um ato social que reflete o passado, influenciando o futuro. “O registro é importante para a sociedade em geral por ser uma forma de preservar a memória de um tempo”, afirma.

Se quiser conhecer um pouco mais sobre o trabalho de Juliana Barros, clique aqui

Jadiel Silva

Jadiel Silva mora em Belo Jardim e atua na região há nove anos (Foto: Cortesia)

No município de Belo Jardim, Jadiel Silva se tornou referência no estilo. Por ter passado parte da infância ajudando o pai, que era vendedor ambulante, conheceu várias pessoas e lugares e isso despertou sua afeição pelo trivial.

“Passei a fazer registros desses momentos e a valorizá-los retratando-os por ângulos distintos. Gosto de capturar os traços dos rostos das pessoas, principalmente (mas não necessariamente) de idosos porque eles trazem consigo, a partir das marcas do rosto, um pouco da história de vida e eu quero enaltecer essas histórias”, conta o profissional.

A fotografia documental foi o gênero da fotografia que Jadiel se reconheceu assim que começou a explorar a carreira, em ameados de 2013. “Quando se cobre um casamento, um batizado, as fotos são elaboradas, os cenários são produzidos. Na fotografia documental o fotógrafo é mais livre, as capturas são bem mais autorais. Você enxerga a imagem pelos olhos do fotógrafo de forma fidedigna”, atesta Jadiel, que faz uma ressalva, “as pessoas e as coisas simples do dia a dia estão cercadas de beleza. O simples é belo e precisa ser mostrado também”, pontua.

Aos 32 anos de idade, Jadiel está cada dia mais certo sobre sua atuação na fotografia e pretende disseminar essa paixão para os mais jovens. Para isso, periodicamente, ele promove palestras e oficinas. “Há pouco tempo realizei uma oficina em uma comunidade da cidade e é notável a vontade que a juventude possui de se expressar através da arte”, enfatiza.

Se quiser conhecer um pouco mais sobre o trabalho de Jadiel Silva, clique aqui.

Thalita Rodrigues

Thalita Rodrigues usa a formação em Design para dar uma visão diferenciada às imagens (Foto: Cortesia)

Thalita Rodrigues tem 30 anos, mora em Surubim e é formada em Design. Ela praticava a fotografia como hobbie, somente depois de algum tempo viu na paixão uma possibilidade de trabalho. “Iniciei como fotógrafa de cena, registrando espetáculos de teatro e dança no Sesc Ler Surubim e continuei ampliando meu campo de atuação. Hoje, amo fazer fotografia de arquitetura, fotografia de cena (dança, teatro, shows, cultura popular) e fazer registros do cotidiano de onde moro”, detalha Thalita.

Ela une sua formação em Design com as técnicas de fotografia para criar imagens expressivas. “Quando faço fotografia de arquitetura coloco meu conhecimento técnico em ação. Alinhamento, preenchimento do espaço e angulações são alguns pontos que levo em consideração para fazer o click”.

Já quando a captura envolve pessoas, o enfoque é mudado. “Quando envolve pessoas quero sempre captar não só o momento, mas também os sentimentos das pessoas que estão sendo retratadas. Tento conseguir fotos espontâneas pois acredito que essas fotos são as que mais transparecem sentimentos, sejam eles bons ou ruins, felizes ou tristes”, lembra a fotógrafa.

Se quiser conhecer um pouco mais sobre o trabalho de Thalita Rodrigues, clique aqui. 

Quais são os tipos de fotografia documental?

Existem duas vertentes da fotografia documental: Documentação social para arquivamento e Reportagem documental. O primeiro é realizado para gerar um arquivo fotográfico documental para estudo posterior. Esse tipo de trabalho expõe a temporalidade da vida: mudanças ou desaparecimentos. Já as fotografias de reportagem são produzidas para uso imediato e não para um possível estudo. Seu objetivo é chamar a atenção para algo atual.

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