O artesanato no Agreste de Pernambuco tem raízes profundas na história e cultura da região. Acredita-se que a tradição artesanal tenha se originado com os índigenas que habitavam a região antes da chegada dos colonizadores portugueses.
Com a chegada dos portugueses e a introdução da pecuária e da agricultura na região, surgiram novas técnicas e materiais para o artesanato. A cerâmica, por exemplo, passou a ser feita com o barro vermelho encontrado na região, enquanto o couro de animais era usado para a fabricação de calçados e utensílios domésticos.
Ao longo dos séculos, a tradição artesanal do Agreste de Pernambuco foi passada de geração em geração, com as técnicas e os materiais se aperfeiçoando ao longo do tempo. Desse modo, surgiram novas áreas de especialização, como o bordado e a tecelagem, que se tornaram importantes fontes de renda para muitas famílias da região.
Quais são os principais artesanatos do Agreste de Pernambuco?
O Agreste de Pernambuco é conhecido por sua rica tradição artesanal, com destaque para a cerâmica, o bordado e a tecelagem.
A cerâmica é uma das formas mais tradicionais de artesanato no Agreste. Ela é feita principalmente nas cidades de Caruaru, Bezerros e São Caetano.
O bordado também é um modo largamente difundido e muito praticado no Agreste, principalmente nas cidades de Passira e Santa Cruz do Capibaribe.
A tecelagem é outra arte manual consagrada na região, sendo a cidade de Caruaru um importante polo produtor de tecidos de algodão e linho.
Artesanato em Caruaru
Caruaru, cidade localizada no Agreste Central de Pernambuco, é conhecida como a “Capital do Forró” e também como um importante polo de produção de artesanato.
A cerâmica é uma das principais formas de artesanato em Caruaru, sendo que a cidade é famosa por sua cerâmica de barro vermelho. As peças produzidas em Caruaru são feitas à mão e decoradas com desenhos geométricos e cenas do cotidiano.
As peças mais comuns são panelas, vasos, pratos e outros utensílios domésticos. Mas também tem espaço para produções mais autorais, que evidenciam a fauna, a religiosidade e personagens do dia a dia.
A tecelagem também é uma importante forma de artesanato do lugar, tendo sua principal produção a de tecidos de algodão e linho. Os teares são movidos a mão e produzem tecidos que são utilizados na fabricação de roupas, toalhas, lençóis e outros produtos têxteis.
Os produtos artesanais de Caruaru podem ser encontrados em feiras e mercados locais, como a Feira de Caruaru, considerada uma das maiores do país, e também em lojas especializadas em artesanato.
Artesanato em Belo Jardim
A cerca de 50 km de Caruaru está Belo Jardim, conhecida por sua produção de artesanato em tecido. A cidade tem uma longa tradição na produção de peças artesanais, especialmente na confecção de peças em tecido.
As principais técnicas de artesanato em Belo Jardim são o patchwork e a costura criativa, que consistem em unir retalhos de tecido para formar peças decorativas e utilitárias, como bolsas, almofadas, colchas, tapetes e outros itens de decoração. As peças são feitas à mão, com muito cuidado e atenção aos detalhes.
Na Terra dos Músicos também é possível encontrar artesanato feito de barro. No Sítio Rodrigues existem várias mulheres que trabalham com esse material e empregam outras pessoas da comunidade, como as mestras Luiza dos Tatus, Neguinha e Cida Lima.
Artesanato em Pesqueira
Seguindo pela BR-232, chegamos em Pesqueira. A principal forma de artesanato da cidade é a produção de peças de renda.
A renda renascença é uma tradição artesanal em Pesqueira e é considerada uma das mais finas rendas produzidas em todo o Brasil. Os artesãos locais produzem rendas de diversos tipos e cores, que são usadas para a confecção de roupas, acessórios e objetos decorativos.
Artesanato em Garanhuns
Em Garanhuns, no Agreste Meridional, as esculturas na madeira são o carro-chefe. Os artesãos da região utilizam diferentes tipos de madeira, como cedro, imbuia e ipê, para criar peças decorativas como esculturas, caixas, luminárias, porta-retratos e outros objetos utilitários. As peças são esculpidas à mão, e por isso são peças únicas.
Artesanato em Bezerros
A uma hora e meia da capital do Estado, Recife, está Bezerros, famosa por sua rica tradição cultural, incluindo o artesanato local. O município tem sido um polo atrativo para a xilogravura há várias décadas, com produções artísticas reconhecidas internacionalmente.
A arte da xilogravura popular está ligada aos folhetos de cordel, revelando os principais temas da vida e cultura nordestina.
As bonecas de pano também são um dos principais tipos de artesanato produzidos na cidade. As artesãs locais produzem bonecas de pano coloridas e decoradas com detalhes em crochê e bordados, que são vendidas como lembranças para turistas.
Quais são os artistas que trabalham com barro NO Agreste Pernambucano?
Hoje, o artesanato do Agreste de Pernambuco é uma importante expressão cultural e econômica da região, com muitos artesãos trabalhando em pequenas oficinas ou cooperativas para produzir peças únicas e de alta qualidade.
Os maiores nomes do artesanato da região são:
Mestre Vitalino – considerado um dos maiores artistas populares do Brasil, Mestre Vitalino nasceu em Caruaru. Ele ficou famoso por suas esculturas de barro que retratavam a vida cotidiana do povo nordestino.
Cida Lima – Natural de Belo Jardim, a artesã iniciou seu trabalho com barro ainda jovem, produzindo panelas e jarras. Mas foi com as famosa cabeças de cerâmica que ela conseguiu o reconhecimento da sua arte. Ela reproduz uma verdadeira feição com nariz, orelha e acabamento impecável.
Zé Caboclo – Zé Caboclo é um artista popular que trabalha com o barro. Ele é famoso por suas esculturas de barro que retratam humanos e animais, como os bois.
J. Borges – J.Borges, autodidata em artes populares, poesia e xilogravura, é um patrimônio vivo de Pernambuco e pai de 18 filhos. Ele dedica uma atenção especial às oficinas que conduz para jovens e crianças em seu Memorial, onde se encontra o Museu da Xilogravura, um ateliê e uma loja.
Mestre Galdino – Mestre Galdino era famoso por suas esculturas de barro que retratavam a vida cotidiana do povo nordestino, incluindo cenas de festas populares e trabalhos rurais.
Luiza dos Tatus – Com mais de 50 anos dedicados ao barro, Luiza da Silva ganhou o título de Mestra e mantém a tradição do artesanato no Sítio Rodrigues, ao lado de Cida Lima e outras artesãs.
Centro de Artesanato de Pernambuco de Bezerros
O Centro de Artesanato de Pernambuco em Bezerros é uma instituição que tem como objetivo promover e valorizar a produção artesanal local. Inaugurado em 2005, o centro conta com uma área de exposição e venda de artesanato, onde é possível encontrar uma grande variedade de produtos produzidos por artesãos locais, como peças em cerâmica, madeira, couro, tecido, entre outros materiais.
Além da área de exposição, o Centro de Artesanato de Pernambuco em Bezerros também conta com um espaço para oficinas e cursos de capacitação para os artesãos, com o objetivo de aprimorar a qualidade do trabalho e promover o desenvolvimento econômico da região.
O local ainda realiza diversas atividades culturais e eventos ao longo do ano, como apresentações musicais, feiras de artesanato e festivais gastronômicos, atraindo turistas e promovendo a cultura local.
O endereço do Centro de Artesanato de Pernambuco em Bezerros é Av. Capitão Eulino de Mendonça, s/n, no bairro Santo Antônio.
Portal do Artesanato de Pernambuco
O Portal do Artesanato de Pernambuco é uma plataforma online que tem como objetivo divulgar e promover o artesanato pernambucano. O site foi criado em 2013 pela Secretaria de Turismo e Lazer de Pernambuco, em parceria com o Programa do Artesanato de Pernambuco (PAPE), com o intuito de fortalecer a cadeia produtiva do artesanato e estimular o turismo cultural no estado.
No Portal do Artesanato de Pernambuco é possível encontrar informações sobre os artesãos, suas técnicas e produtos, além de ter acesso a notícias, eventos e cursos relacionados ao artesanato local. A plataforma também oferece uma loja virtual, onde é possível comprar produtos de diversos artesãos pernambucanos, como rendas, cerâmicas, peças em madeira, bordados e outros.
O sítio é uma importante ferramenta de divulgação e valorização do artesanato pernambucano, contribuindo para o desenvolvimento econômico e cultural da região e para a preservação das técnicas e tradições artesanais.